Poema: Mangueiras
Quando deito os meus olhos
no rastro da sombra das mangueiras
o passado me retorna
como música seresteira
Tais como nas minhas crônicas, nos meus poemas (geralmente de versos livres), expresso minhas opiniões e visões de mundo de forma mais artística e livre. Esse olhar mais criativo também me sustenta como pesquisador e professor. Alguns poemas abordam temas árabe-islâmicos que sempre explico para facilitar o entendimento dos versos.
Quando deito os meus olhos
no rastro da sombra das mangueiras
o passado me retorna
como música seresteira
Disseram que meu cabelo
estava grande demais
sujo demais
bombril demais
jamais suficientemente bonito
e quase rapei tudo
No Brasil a cada 23 minutos morre uma pessoa negra. Morrem 23.100 jovens negros por ano, 63 por dia.
Era uma vez um califado tropical
onde as coisas iam para lá de mal
Havia quem dissesse
que seu califa era um eleito
Não queremos sua água de fogo
ela não mata nossa sede
Não queremos sua foice
ela não abre nossos caminhos
Urge acordar cedo
para darmos conta até o fim do dia
das atividades ansiosas e nada amistosas
que exigem mais de 24 horas
Vive dentro de mim uma solidão inconsolável
vasta planície cujos limites o medo não alcança
oásis desmapeado em um deserto impenetrável
onde os pés não deixam as pegadas das suas andanças